“Sem amor, a inteligência é perigosa; sem inteligência, o amor não é suficiente”. Ashley Montagu
“A inteligência sem amor e o amor sem inteligência nada trazem ao homem”. Aldous Huxley
“Matematicamente, se a inteligência e o amor humano existem, há uma inteligência e um amor superior que deram origem a eles.” Doménico Cieri
“Uma boa vida é aquela inspirada pelo amor e guiada pela inteligência.” Bertrand Russell.
“A inteligência sem amor te torna perverso. O dinheiro sem amor te torna avaro. O poder sem amor te torna tirano”. Clint Eastwood.
O amor, com os seus diferentes nomes, é o sentimento mais livre do ser humano. Quando afinidade, permite até as mais cegas das manifestações, sobretudo na política. Quando amizade, se permite que pessoas totalmente diferentes possam ser amigos. Na forma da atração física, é, ao mesmo tempo, a ternura e a tensão que às vezes não faz sentido e nem mesmo obedece à padrões helênicos de beleza. Na realização dos desejos, é o impulso final que nos leva a uma escolha, ainda que racional ou passional.
O amor é tão cego quanto pode ser. Já que não há sentimento mais nobre, ele é, muitas vezes, usado como o bode expiatório das culpas. “Eu fiz, mas fiz por amor”. Eis a retórica do populista, que apela aos sentimentos das massas para delas tragar-lhes a liberdade.
Ensimesmado, o amor não produz muito. Desprovido de vontade, ele é um sentimento inerte e bom, ainda que ingênuo. Aos que amam sem vontade, entendam que há um velho ditado que ensina: “O amor é lei, amor sob vontade”, o que significa que, para amar, é necessário ter energia e disposição. Não existe amor que nada faça. O marido que não faz, ou a esposa que não diz, inevitavelmente, drenarão o amor de suas almas a cada silêncio e a cada desprezo inevitável.
Com vontade, o amor, por si só, ainda é obra inerte, já que há ainda a exigência de algo mais que o equilibre. Trata-se da inteligência, essa que permite com que não sejamos enganados por sentir demais. A inteligência é o que aprimora o sentimento de amor. Aí é que está a diferença entre os ingênuos voluntários e os sábios amantes.
O sábio amante entenderá quando é hora de desamar. Entender a hora de parar é, afinal, tarefa para sábios, que entendem o momento em que vivem e acreditam que controlam o próprio destino. Por vezes, nem sempre estes sábios fazem o melhor possível com as suas vidas. Eles erram, mas se arriscam. Por que arriscar, ou melhor, ousar, é sinal de inteligência. Ainda que essa possa parecer sem um propósito inicial, sempre haverá, para o que ama com inteligência, uma opção melhor para sanar as feridas, ou até mesmo evitá-las.
Quando refletimos sobre o amor com vontade e sem inteligência, entendemos porque a inteligência é, por alguns governantes, até mesmo desejada, senão requerida. Porque é ela, afinal, que baliza as decisões, numa pessoa mais sábia. Um amante com vontade poderá cometer inúmeras burrices, sem que aprenda nenhuma vez com elas por não contar com capacidade de discernir. Esses sempre culparão os impulsos. Votarão em quem é “a favor dos pobres”, ainda que essa retórica seja utilizada apenas para angariar apoio. Ou ainda, entenderão que partidos socialistas querem o bem do povo ao dar tudo de graça, sem entender que eles estão criando uma juventude viciada na mediocridade. O amor sem inteligência produz as formas mais tristes de seres humanos, os que cometem crimes por amor e que querem, como subterfúgio, alegar crime passional para crimes hediondos, tentando sempre delimitar e colocar por trás de uma causa “nobre” e “sagrada”, a real razão de seus crimes então cometidos.
Portanto, é necessário lembrar que, para amar e ser livre, é preciso ter amor, vontade e inteligência. Disponha desses três conceitos antes de encarar um novo desafio amoroso, uma nova ideia corporativa, um novo apoio político. Desconfie dos que soam bons demais, afinal é esse o artifício dos maus. E, sobretudo, não acredite em nada que é gratuito, pois, certamente, o preço será a sua alma.