Na Ucrânia, na história recente, na resistência ao ex-presidente Viktor Yakunovich, demonstrou grande coragem em sua desobediência civil. Ucranianos acamparam na praça Maidan, em números cada vez maiores, demandando a saída de Viktor Yakunovich. É claro que os manifestantes, agindo pacificamente, evitaram o confronto ao máximo. Yakunovich não tinha interesse em manter o protesto pacífico.
Não por acaso, a polícia reagiu a balas contra manifestantes desarmados. 82 pessoas morreram, incluindo 13 políciais. Mais de 1.100 ficaram feridos. Com isso, mais gente foi para as ruas para demover Yakunovich. Ele fugiu, e o resultado todos sabemos: rapidamente, Putin invadiu a Criméia para mostrar força e “vingar” a queda de seu poste na Ucrânia. Era o fim da influência de Putin naquele país.

Aprendemos, com a praça Maidan, tão bem retratada no documentário Winter On Fire da Netflix, que desobedecer governantes, leis ilegítimas e corruptos não é apenas algo justo, mas é perfeitamente possível, se não admirável.
Os políticos, aliás, que se dizem democratas, não podem, nem devem, reprimir o próprio povo que está se manifestando contra os políticos de que discordam. No fim, em regimes socialistas, onde a tirania impera e os desmandos imorais passam a ser rotina, cabe apenas ao cidadão comum agir com toda a sua capacidade para desobedecer os seus políticos.
Os exemplos são muitos na história recente de países comunistas. Exemplos incríveis, como o da Sérvia, que implantou o panelaço toda vez que o programa estatal passava na TV, servem de exemplo para o que ocorreu em vários países do leste europeu.
Na Ucrânia mesmo, os manifestantes procuravam se proteger usando panelas na cabeça para evitar as balas de borracha. Yakunovich então fez com que se aprovasse uma lei proibindo sair às ruas com panelas na cabeça. Os manifestantes responderam indo absolutamente todos com panelas na cabeça. Leis ridículas servem para serem desobedecidas.
Recentemente, no Brasil, o WhatsApp, aplicativo de comunicação para smartphones, foi bloqueado por decisão judicial. Rapidamente os brasileiros aprenderam a usar VPNs para burlar essa proibição. Outros simplesmente foram usar outros aplicativos, como o Facebook Messenger, iMessage, Telegram, Viber e outros. E, se isso ocorre num país teoricamente livre como o Brasil, o que dizer da China?

Hoje chineses utilizam uma técnica sofisticada para conseguir acesso ao exterior: utilizam serviços de cloud como a AWS. Para isso, criam proxies e conexões inteligentes que usam os IPs da Amazon para isso. O governo chinês não consegue bloquear esse tráfego, pois, além de criptografado, ele vai junto com os dados de várias empresas, como e-commerce. Bloquear esse caminho inteligente de acesso à internet seria o mesmo que parar vários serviços de e-commerce, o que acabaria com o comércio do país.
Na China, a tendência é que o acesso à internet por meio desses proxies acabe por encerrar o comunismo. Some-se a isso o crescimento do cristianismo na China, e teremos, em breve, todos os cenários possíveis para que os chineses consigam se livrar do partido comunista e de sua tirania quase que despótica por lá.
Sabemos que há, no Brasil do século 21, gente com ideologia suficiente para implantar uma ditadura nos moldes stalinistas no hemisfério sul. É gente que admira Cuba e Coréia do Norte, como os próceres do PCdoB, em pleno Brasil. O risco de termos, por aqui, a utilização da Lei do Marco Civil como um instrumento para implantar o controle da população e da internet não é tão baixo como muitos imaginam.
A solução? Desobedecer. Por que obedecer leis ou governos ridículos? Aqui no Brasil Dilma já experimentou a desobediência civil ao tentar falar pela TV e tomar panelaços. E a justiça, com suas decisões arbitrárias, está sentindo na pele que o brasileiro não vai obedecer decisões individuais de quem parece querer aparecer.
Cabe ao país agora rever essa lei ridícula do Marco Civil que tem, em seu artigo 15, um artifício cretino que pode destruir a liberdade do Brasil. Cabe ao brasileiro utilizar tudo o que houver na tecnologia para burlar essas decisões ridículas e essas leis absurdas que só limitam a nossa liberdade.
Quem defende a liberdade não pode ser jamais a favor de leis que restrinjam a liberdade. E os socialistas brasileiros adoram impor tais leis sob a desculpa de “lutar por mais igualdade”. Toda igualdade que presume uma diminuição das liberdades leva a uma desigualdade ainda pior do que a que se queria eliminar.
Sejamos sábios, portanto, e construamos um mundo com leis justas a partir de nossa obediência a elas, e que todas as decisões ou leis injustas sejam devidamente desobedecidas, ignoradas e até mesmo ridicularizadas. Pois é assim que merece ser tratado quem acha que nos governa na base do decreto. O governo só pode existir pelo respeito. Pela força ou pela agressão, ele sempre será desobedecido. Aqui e alhures.